RE-EXISTÊNCIAS MALUNGAS: AGÊNCIA SOCIOPOLÍTICA DE MULHERES QUILOMBOLAS NO MARAJÓ
DOI:
https://doi.org/10.36882/2525-4812.2022v7i18p15-29Resumo
As mulheres negras aquilombam-se na Amazônia, com ênfase ao final do século XX, a partir da inserção no movimento quilombola nacional a partir de 1998. Desde então, as quilombolas do município de Salvaterra, e outras no estado do Pará, organizam-se social e politicamente em torno de etnicidades e territorialidades específicas (ALMEIDA, 2011), onde somos malungas e ialodês (WERNECK, 2009), e/ou corpos-políticos de enunciação (BERNARDINO-COSTA; GROSFOGUEL, 2016), entretanto seguimos invisibilizadas pelas ciências sociais e ignoradas pelo Estado. Propõem-se, pois, a narrar “outra” História relativa às agências das populações negras territorializadas no estado do Pará (Amazônia, Brasil), trazendo um recorte desde o quilombo, com enfoque sobre o gênero, vislumbrando-se a agência das malungas quilombolas permeadas pelas múltiplas interseccionalidades de sistemas de poder (COLLINS, 2017a, 2017b) que incluem gênero, raça/etnicidade e territorialidade. Para tanto, tomo como espaço de observação) autoetnográfica o território quilombola de Salvaterra, formado por 18 quilombos, até o presente.