ENSAIO METODOLÓGICO PARA O ESTUDO DA MITOPOESE AMAZÔNICA

Autores

  • Fernando Alves da Silva Júnior
  • Maria do Perpétuo Socorro Galvão Simões

DOI:

https://doi.org/10.36882/2525-4812.2013v1i3p%25p

Resumo

Este trabalho pretende discorrer sobre o percurso teórico-metodológico que perpassou a pesquisa de campo para o programa de mestrado em Linguagens e Saberes na Amazônia acerca da mitopoese da matintaperera amazônica, no decorrer de dois anos. Na pesquisa não somente o mito da matinta esteve presente, mas encontramos narrativas que versavam sobre lobisomens, aparições do bode, mulheres que viram onça etc. Subjacente às narrativas orais estava a vida dos narradores que enxameavam estas contações, revelando um mundo simbólico e representativo dos seus valores sobre o meio. Para este texto, apresentamos a forma como esta pesquisa pensou a elaboração da dissertação de acordo com os teóricos que fundamentam cada seção, para então discorrermos brevemente sobre os materiais que acompanharam a pesquisa de campo, destacando em seguida as comunidades visitadas. Sobre a matintaperera amazônica, procuramos citações do mito registrados em textos do século XIX e encontramos referências à religiosidade indígena, pois a matinta era somente uma possibilidade masculina encarnada na figura do pajé, pois a metamorfose humana em animal é uma realidade factual neste contexto. Contudo o discurso sobre modulações de comportamento culmina hoje, na maioria das narrativas, na metamorfose de uma mulher neste ente mítico, trazendo consigo uma imagem negativa dentro do contexto amazônico, pois, analisando as etnografias sobre o tema atualmente, encontramos interdições que pairam sobre a mulher quando ela exerce o xamanismo, por isso este trabalho finaliza com a questão da representação feminina nesta mitopoese amazônica.

Downloads

Publicado

2016-05-24

Edição

Seção

Nota de Pesquisa