DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL E GESTÃO COMPARTILHADA: O CASO DAS RESERVAS EXTRATIVISTAS RIOZINHO DO ANFRÍSIO E RIO IRIRI (PA) - 2006/2007
DOI:
https://doi.org/10.36882/2525-4812.2013v1i3p%25pResumo
As Unidades de Conservação (UCs) representam um importante papel na conservação e recuperação da diversidade biológica do planeta e na proteção do modo de vida das populações tradicionais. Representam também marcante estratégia de controle do território, estabelecendo limites e dinâmicas próprias de uso e ocupação, contribuindo fortemente para o desenvolvimento socioambiental. O presente artigo trata de um processo de gestão compartilhada – na criação dos Conselhos Deliberativos das Reservas Extrativistas do “Riozinho do Anfrísio” e do “Rio Iriri” – de maneira substancialmente participativa e dialógica. As estratégias de ação desenvolvidas pela equipe de consultoria responsável por esse processo buscaram garantir maior autonomia dos ribeirinhos com relação às decisões envolvendo seu próprio destino. Entende-se que, para que as pessoas possam melhor interferir em sua realidade, elas necessitam compreender mais amplamente os diferentes condicionantes históricos, políticos, sociais e culturais que conformam essa realidade. As comunidades, apesar de possuírem grande conhecimento dos ecossistemas locais, normalmente se encontram desorganizadas e pouco mobilizadas diante da desfavorável correlação de forças a que estão submetidas. Por conta disso, visando garantir processos legítimos de desenvolvimento ambiental e social, buscou-se, ao longo desse processo, o fortalecimento dessas comunidades tradicionais. Paralelamente às ações de diagnóstico socioeconômico e de formação de conselhos, foram realizados encontros de alfabetização de adultos fundados nas premissas da Educação Popular, objetivando, por meio da partilha de saberes, desejos e valores, uma reorganização social com vista à emancipação popular. Os resultados mostraram uma melhoria na compreensão coletiva da realidade das Reservas Extrativistas (Resex) pelos próprios ribeirinhos e pelas instituições que se relacionam de alguma forma com essas populações. Além disso, pôde-se perceber um melhor entendimento, por parte dos ribeirinhos, do funcionamento do Conselho Deliberativo, como as possibilidades de parcerias. O trabalho, por fim, apresentou profícuas possibilidades para a transformação e o desenvolvimento do cenário socioambiental, além de indicar estratégias participativas de gestão de Unidades de Conservação da Amazônia brasileira.Downloads
Publicado
2016-05-24
Edição
Seção
Artigos