DE ONDE O GELO DERRETE TAMBÉM É AMAZÔNIA
DOI:
https://doi.org/10.36882/2525-4812.2021v6i16.ed.esp.p65-83Resumo
Este artigo irá realizar uma reflexão impulsionada pelo debate sobre as mudanças do clima, associado ao derretimento das geleiras tropicais sul-americanas – geleiras da Amazônia –, e suas consequências para a Bacia Amazônica, tomando por base aspectos geológicos e hidrográficos desde a região cisandina até o Golfão Marajoara, tendo como fi o condutor o Rio Amazonas. Nesse contexto, pontua-se o papel do desmatamento da Amazônia Legal Brasileira, da monocultura e mineração em países da Amazônia andina que corroboram para um cenário regional climático conflituoso, bem como reorganização de políticas de integração sul-americana tais como o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) e da Iniciativa para Integração da Infra-Estrutura Regional Sul Americana (IIRSA) na elaboração e concretização da geopolítica regional que mantém uma concepção subalterna de fronteira de commodities para a expansão capitalista neoextrativista na Pan-Amazônia. Nesse sentido, argumenta-se que a manutenção das geleiras da Amazônia deve ter a mesma compreensão e seriedade que se tem sobre a importância de salvaguardar a biodiversidade da região mantendo a floresta amazônica em pé.